Vigilância e Controle de Vetores - IOC

Programa de pós-graduação stricto sensu em vigilância e controle de vetores

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01/04/2022

Inspiração para jovens cientistas


Maíra Menezes

A relação entre as experiências da juventude e os feitos de Louis Pasteur e Oswaldo Cruz foram o tema da cerimônia de abertura do Ano Acadêmico 2022 do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). Realizado no último dia 25 de março, o evento celebrou uma efeméride dupla: 200 anos do nascimento do cientista francês e 150 anos do nascimento do pesquisador brasileiro. Integrada ao Centro de Estudos do IOC, a atividade abriu as comemorações do sesquicentenário de Oswaldo, que contará com eventos ao longo do ano.

Pelo segundo ano consecutivo, a recepção aos alunos dos sete cursos de pós-graduação Stricto sensu do IOC foi realizada de forma virtual, com transmissão pelo canal do IOC no Youtube, devido à pandemia de Covid-19. Na mesa de abertura, a diretora do Instituto, Tania Araujo-Jorge, expressou solidariedade às vítimas da doença e aos atingidos pelas chuvas em Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro.

Transmissão online reuniu a comunidade científica e acadêmica do Instituto, em torno das trajetórias de Pasteur e Oswaldo, duas inspirações mundiais

 

Dirigindo-se aos estudantes, Tania enfatizou a importância dos anos de formação para a vida científica. “Esse é um momento inspirador e desafiador para vocês, que acabaram de passar pela seleção da pós-graduação. O que motiva um indivíduo a ser cientista? A perseguir sua carreira e formação acadêmica? Esperamos que Oswaldo e Pasteur, dois jovens que se tornaram cientistas tão brilhantes, possam nos inspirar, a partir do olhar dos nossos dois palestrantes”, afirmou a diretora.

Os vice-diretores de Ensino, Informação e Comunicação do IOC, Ademir Martins e Paulo D'Andrea, também deram boas-vindas aos estudantes. “Vocês estão em cursos de excelência. Aproveitem ao máximo. Nós estamos sempre disponíveis para conversar com vocês sobre qualquer assunto acadêmico”, disse Ademir, apontando ainda instâncias de acolhimento aos alunos, como o Centro de Apoio ao Discente da Fiocruz (CAD) e a Comissão Interna de Valorização das Relações Interpessoais e Prevenção ao Assédio do IOC. 

“Nossos cursos apresentam trajetórias de muito sucesso, refletidas na avaliação da Capes, que os colocam entre os melhores de suas áreas. Esse sucesso é resultado da agregação de esforços, como o apoio da Presidência da Fiocruz, a dedicação dos chefes de setores, dos docentes e coordenadores dos programas de pós-graduação, da secretaria acadêmica e dos alunos, que são os protagonistas desse sucesso”, declarou D’Andrea. Na ocasião, os vice-diretores divulgaram a versão 2022 do Guia do Aluno (confira aqui).

O representante discente do IOC, Fernando Alves, ressaltou os diversos canais para a interlocução dos alunos. “Em nome dos companheiros da representação discente, gostaria de dar boas-vindas aos novos e atuais estudantes. Estamos à disposição para conversar e proporcionar espaço para diálogo e acolhimento. Cada pós-graduação tem ainda a sua representação discente e vocês devem se manter em contato com os representantes para tirar dúvidas”, disse Fernando.

A dedicação da Fiocruz em múltiplas frentes de enfrentamento da pandemia de Covid-19 foi lembrada pela vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fundação, Cristiani Vieira Machado, que destacou o papel dos aluno na instituição. “Os estudantes movem a nossa instituição e aprendemos com vocês. Sejam persistentes. Se tiverem dificuldade, vamos trabalhar juntos. Vocês podem fazer diferença para o país no caminho que escolheram”, afirmou Cristiani.

Gênese de um cientista

Com o tema ‘Juventude de um homem e gênese de um cientista: Louis Pasteur & Oswaldo Cruz’, a sessão integrada do Centro de Estudos contou com palestras do professor universitário emérito e presidente honorário da Sociedade Francesa de Ciências da Informação e Comunicação, Daniel Raichvarg, e do vice-diretor Ademir Martins. As coordenadoras do Centro de Estudos, Marli Lima, chefe do Laboratório de Ecoepidemiologia da Doença de Chagas, e Rafaela Vieira Bruno, chefe do Laboratório de Biologia Molecular de Insetos, abriram a atividade, que teve moderação do vice-diretor Paulo D’Andrea.

Aspectos da infância e adolescência de Louis Pasteur, que contribuíram para a sua atuação como cientista, foram detalhados por Daniel Raichvarg. Entre outros exemplos, o professor mostrou como o interesse do jovem Pasteur pela daguerreotipia o influenciou na valorização da fotografia, que o levou a ser um dos primeiros cientistas a utilizar a microfotografia em suas pesquisas. Também destacou como a prática da litografia contribuiu para seu trabalho inovador no estudo dos cristais, que deu início à estereoquímica, área que estuda as disposições espaciais de moléculas. 

“A litografia é uma técnica em que desenhamos ao inverso, por assimetria. Pasteur vê, no conjunto dos cristais, cristais assimétricos. Sempre nos perguntamos como Pasteur enxerga o que outros cientistas, que tinham os mesmos objetos de pesquisa, não viram? Uma hipótese é que Pasteur estava habituado a ver em assimetria porque tinha trabalhado com a litografia”, comentou Daniel.

A trajetória de Oswaldo Cruz, do nascimento até o reconhecimento pelo combate às epidemias de peste bubônica, febre amarela e varíola e pelo trabalho à frente do Instituto Oswaldo Cruz, foi apresentada por Ademir Martins. Entre as diversas etapas da formação do cientista, Ademir abordou a passagem pela tradicional Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro e os anos passados em Paris, onde o pesquisador frequentou o Instituto Pasteur e o Instituto de Toxicologia.

A dedicação de Oswaldo Cruz ao Brasil foi um dos pontos destacados por Ademir ao comentar como Oswaldo Cruz recusou o convite do biólogo russo Ilya Ilyich Mechnikov para ir trabalhar na Rússia. “No Instituto Pasteur, Oswaldo foi contemporâneo de Mechnikov, que depois veio a ganhar o Prêmio Nobel de Medicina de 1908. Mechnikov admirou a genialidade de Oswaldo e o convidou para ir trabalhar em seu laboratório. Porém, Oswaldo disse que estava na França para aprender ciência para o Brasil e para os brasileiros e não poderia aceitar essa oferta. Era pelo Brasil que ele trabalhava”, contou Ademir. 

Confira, abaixo, as palestras completas e fique por dentro da trajetória dos célebres cientistas.

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